Desabafo apenas

Estou mais uma vez de mudança na área profissional. Não que eu quisesse, mas aí você descobre que também queria mudar. Explico. Estou no meu ultimo mês (acho) na agência de propaganda como atendimento. Foram 8 meses de grande aprendizado e que em qualquer idade é muito bom - oxigena a nossa cabeça, agrega novos conceitos, conhece gente "diferente".

Só que de fato, mereço MAIS em tudo, inclusive nos desafios e do que é aceitável e o que não é mais nesse estágio da minha vida. Queria estar com mais solidez financeira, pois os gastos com as crianças não param de crescer junto com elas. Com o tempo a gente vai desejando um pouco mais em função do esforço que já foi gasto na construção de conhecimento até aqui.

E aí, o que você encontra? Nada. Como é complicado envelhecer aqui no nosso país! Eu já estou "velha" pra participar de um monte de processos seletivos. Os que te chamam querem te pagar salário de recém formado (que nem ele merece).

Estou num momento de mudança já há algum tempo. Acho que até mesmo em função da minha entrada definitiva para a idade da LOBA. Só que não sei o que fazer e talvez ainda não tenha encontrado coragem pra assumir riscos pra fazer o que acho que tenho que fazer.

Tudo isso tem me tomado horas de sono. Acredito que poderia estar num momento mais tranquilo, menos desbravador nessa minha idade, no sentido de que tudo deveria correr seu curso normal: fazer o trabalho certo, que lhe gere tranquilidade pra curtir família, amigos, você mesma.

Ao mesmo tempo, tenho sido bombardeada por Deus, no sentido de me dizer: "Olhe a sua volta, você não tem motivos pra se queixar!" Sei disso e não me queixo quase nunca. Porém não posso engolir tudo. Também não me faria bem. Realmente a minha volta estão pipocando problemas de amigos muito próximos infinitamente mais dolorosos e graves e que também estão merecendo a minha atenção - como questionamento do nosso estilo de vida, não só como apoio.

Um amigo morreu recentemente jovem de infarte. Outra está com problemas bem complicados com o seu filho. Outro internado pra colocar um marcapasso, outra com um grave tumor. Em todos eles o mesmo questionamento: o que estamos fazendo de nossas vidas? Será que estamos equilibrando as áreas? Será que estamos repartindo o nosso melhor com as pessoas certas? Será que estamos fazendo a coisa certa?

Enfim, tempo de muita reflexão, mas que também tem me cobrado AÇÃO. Espero que não demore a acontecer!